JAÚ É CITADA EM GRAMPOS DA MERENDA ESCOLAR

19/02/2016 - 10:28

Jaú  foi citada em pelo menos três trechos de interceptações telefônicas da Operação Alba Branca, que apura suposta fraude na compra de alimentos da merenda escolar por prefeituras paulistas. O nome da cidade também aparece em depoimento prestado à Polícia Civil por vendedor de cooperativa apontada como carro-chefe do esquema. O prefeito Rafael Agostini (PSB) instaurou sindicância com pedido de explicações à pasta da Educação.

As gravações ocorreram em dezembro do ano passado e mostram movimentação da quadrilha para ampliar clientes. Num dos trechos, lobista Marcel Ferreira Júlio conta que vai se encontrar com três pessoas “pra passar o assunto de Jaú”. No segundo trecho, ele cita a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) e diz que o prefeito de Jaú participou de sessão de posse na Secretaria de Desenvolvimento.

Na terceira conversa, gravada em 29 de dezembro, Marcel afirma que membro do grupo lhe telefonou e “disse que esteve com o cara” e que iriam “acertar o total” em Jaú. “Vão fazer laranja com acerola”. A declaração reforça o depoimento do vendedor da Coaf César Augusto Lopes Bertholino prestado à Polícia Civil em janeiro. No termo de declarações, ele fala que se reuniu com titular da Secretaria de Educação de Jaú.

No encontro, segundo Bertholino, ele teria sugerido à prefeitura que abrisse licitação para a compra de suco de laranja com acerola com objetivo de dificultar a participação de empresa concorrente, que também estaria interessada no certame, mas só forneceria suco de laranja. O vendedor disse ainda que não houve tempo hábil para a publicação do edital e que não sabe qual foi a decisão tomada pelo município de Jaú.

Outro lado

Agostini informou que não recebeu funcionário ou qualquer pessoa ligada à Coaf. “Não conheço e não tenho contato com ninguém ligado a essa empresa e jamais autorizei qualquer pessoa a usar meu nome”, diz. Ele revelou ainda que a prefeitura não tem contrato com a cooperativa e nem edital de licitação aberto para compra de itens da merenda escolar.

O chefe do Executivo informou também que assinou circular interna proibindo o ordenador de despesas do município, que é o secretário de Finanças, de realizar qualquer contratação ou aquisição de produtos relacionados à Coaf. “Determinamos a abertura de procedimento interno para que a Secretaria de Educação se explique a respeito do tema”, declara.

Operação Alba Branca

A operação Alba Branca, deflagrada em 19 de janeiro, apura suposto esquema de pagamento de propinas a prefeitos e servidores públicos - o valor repassado atingia entre 10% e até 20% do contrato. Pelo menos 22 administrações municipais estão sob suspeita.

A Coaf é apontada como carro-chefe da quadrilha, que fraudava merenda escolar a partir da inclusão de produtos agrícolas e suco de laranja superfaturados. O nome da operação é uma referência à trufa cara existente na região de Alba, norte da Itália.

 

fonte JcNet

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