COLETIVOS NEGROS MOSTRAM VOZ, FORÇA E UNIÃO

21/11/2016 - 09:47

Promover união, instigar discussões e incentivar a adoção de políticas públicas. Estes são alguns dos objetivos dos coletivos negros, que começaram a se movimentar recentemente na cidade. O Coletivo Negras e Negros de Jaú foi formado há quatro meses e, nas Faculdades Integradas de Jaú (FIJ), o Coletivo Palmares está em atividade desde abril.

A psicóloga Jussara Felipe, 35 anos, fez parte da criação do Coletivo Negras e Negros de Jaú. Teve-se a ideia de formar esse grupo quando associações e pessoas se reuniram para debater sobre a criação do Museu da Cultura Negra. 
“Vimos a necessidade de algo voltado à comunidade negra. Fazemos reuniões mensais, geralmente no museu municipal. Começamos com 20 pessoas, hoje já são 40 ou 45”, conta Jussara. 
 
O coletivo exerce a função de integrar os projetos já em andamento, como da Associação de Capoeira Amukenguê,  da Associação de Capoeira Bantus, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), entre outros. 
“Muitas pessoas já faziam trabalhos, mas existia a dificuldade de saber o que cada um fazia. O coletivo acredita na atuação em rede”, diz Jussara. 
 
O papel desses grupos é fortalecer a identidade das pessoas negras e pardas, fomentar a igualdade de oportunidades e combater o preconceito e o racismo. 
 
A ideia é, futuramente, formalizar o coletivo para legitimar ações e firmar parcerias oficiais. Para isso, os membros estão à espera da reativação do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Jaú, que não está em funcionamento.
 
“Queremos fortalecer, trazer pessoas que nunca participaram do movimento e mostrar que estamos lá para ouvir a experiência do outro”, diz a psicóloga. O espaço de discussão está aberto – sente-se falta da presença das lideranças dos bairros da periferia de Jaú. É possível entrar em contato pelo Facebook, no grupo Coletivo Negras e Negros de Jaú.
 
Problemas
 
Na opinião de Jussara, o Município precisa combater tanto o racismo velado quanto o evidente. Pessoas negras e pardas relatam olhares suspeitos em locais como shoppings e restaurantes, por exemplo. 
Outro problema é a questão da educação. A psicóloga percebe evasão de meninos e meninas negras da escola. “Para onde esses jovens vão? O que eles estão fazendo? E por que isso acontece?”, questiona Jussara. “Sabemos da questão da criminalidade, e queremos ajudar. E tem também a maneira de como a polícia trata o jovem negro, que sempre é abordado”, completa.
 
 
COMÉRCIO DO JAHU.

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