Com fantasmas do passado, saga 007 se renova em novo filme

26/10/2012 - 10:50

Pela terceira vez na pele do agente 007, Daniel Craig mostra que o personagem lhe cai muito bem em 007 - Operação Skyfall, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (24). Considerado o mais musculoso e forte dos atores que já estiveram no papel, Craig deixa à mostra as fraquezas de James Bond no novo filme e faz a saga dar um passo à frente à medida em que tenta provar que até mesmo quando falamos Bond, nem tudo pode ser resolvido na força.

Em entrevistas que precederam o lançamento do 23º filme da franquia, Daniel Craig já tinha afirmado que a chave para envolver o público no novo longa era a veracidade da trama. "Esse filme realmente tem algo de diferente em relação aos outros e traz a história para mais perto do espectador. É completamente possível acontecer com qualquer um o que acontece comigo", disse na ocasião. Tal chave é a confiança que depositamos em alguém e o quanto essa confiança é ou não abalada pelos "fantasmas" ou "podres" do passado dessa pessoa.

Sem deixar de lado as lutas e as tiradas sarcásticas, Bond mostra sua fragilidade ao ter que enfrentar o passado bastante contraditório de M (Judi Dench) e dá de cara com um vilão muito bem qualificado. Raoul Silva, integrante da nova gama de malvados que recorrem às tecnologias para afetar seus alvos, é vivio por Javier Bardem - quase irreconhecível com cabelos e sobrancelhas loiras.

Com bastante humor e entradas triunfais em cena, Bardem chama atenção pela piscologia que consegue impregnar em seu vilão e por estar sempre um passo a frente, enquanto o MI-6 tenta decifrar seus passos e o próprio espectador tenta completar o raciocínio para entender o que este personagem com sentimentos tão incompatíveis deseja, ele está por aí, à solta.

A luta deste filme é para recuperar um HD roubado contendo as identidades de inúmeros agentes infiltrados em organizações terroristas em todo o mundo. E já neste começo coloca-se a personalidade de M em cheque, afinal, quais são seus reais interesses? A vida de Bond é colocada em jogo - mesmo que todos saibam de antemão que ele aparecerá na hora certa para terminar seu trabalho - é uma escolha dele ressurgir, ou renascer, apesar das dúvidas sobre em quem pode confiar.

Para voltar à ativa, ele se depara com a ajuda do novo Q (Ben Whishaw), um nerd capaz de enfrentar esse "mundo do terror cibernético a partir de sua casa, de pijama", em suas próprias palavras. O primeiro encontro do agente com licença para matar e seu novo amigo é uma das sequências engraçadas do longa, já que Bond acredita em sua maturidade e não coloca fé na juventude de Q.

Também merece destaque a nova bond-girl, Eve. Habilidosa tanto com armas quanto com navalhas, ela vai dar toques de sedução enquanto ajuda Bond a vencer seus inimigos e superar suas próprias fraquezas. Inicialmente apenas uma agente do MI-6, ela vai crescendo no decorrer da história e até guarda uma surpresa para a sequência final.

Após revoltas e persguições, os protagonistas se enfrentam e põem um ponto final nessa missão quando resolvem voltar à origens familiares do agente Bond, em um velho castelo da Escócia, que tem como guardião Kincade (Albert Finney), um caçador já em idade avançada e espécie de padrinho do menino que ali ficou órfão.

Ao espectador, vale se preparar e ir ao cinema sem ideias pré-prontas, sem esperar ver o tradicional tiro em direção ao público ou ansioso pelo dry martini e a frase de apresentação "My name is Bond, James Bond" - já que esta só chega na metade do filme. 007 - Operação Skyfall traz uma renovação da série, dá um passo a frente e tem suas conclusões muito bem amarradas.

 

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