Entrada da Petrobras em um consórcio para elevar sua participação no campo de Libra, inibiu a formação de outros consórcios

23/10/2013 - 09:34

A entrada da Petrobras em um consórcio para elevar sua participação no campo de Libra, vendido anteontem pelo governo, inibiu a formação de outros consórcios.

De acordo com o presidente da Ecopetrol no Brasil, João Clark, a Petrobras já seria operadora de qualquer jeito. Se decidiu fazer um consórcio era para ganhar e o melhor era ir com ela, disse.

A Petrobras ganhou ontem, sem nenhuma concorrência, o contrato de partilha para explorar o campo de Libra, onde se estima que tenham recursos recuperáveis de 8 bilhões a 15 bilhões de barris de petróleo, quase o total das reservas brasileiras.

Clark informou que torceu até uma semana antes do leilão para que algum dos sócios da Petrobras desistisse, e até conversou com outras empresas, como a indiana ONGC, para tentar formar um segundo consórcio, sem sucesso.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires, o modelo adotado no país para a venda do pré-sal é "perverso".

Segundo Pires, se você já diz que a Petrobras será operadora única, não deveria deixar a Petrobras entrar no leilão. Na medida em que ela entra no consórcio, você desestimula a criação de outros, todos querem ir com a Petrobras, avaliou.

Ele afirmou que o maior perdedor do leilão de anteontem foi o próprio governo e que, por mais que seus integrantes tentem disfarçar, um leilão sem ágio sempre será considerado um fracasso.

Clique aqui para ver outras notícias!