ESTADO DE SP VAI TESTAR GRUPOS ESPECÍFICOS SEM SINTOMAS

22/04/2020 - 19:18

Para controlar a pandemia do coronavírus, o estado de São Paulo vai adotar uma estratégia de testagem em massa, que inclui pessoas sem sintomas, a partir do dia 15 de maio. Os especialistas do centro de contingência contra a doença disseram nesta quarta (22) que os testes não serão feitos em toda a população, mas em parcelas específicas que ainda serão definidas.
 
Os profissionais de saúde foram citados como exemplo de um grupo que pode ser submetido a esses testes em massa mais de uma vez. Segundo o vice-governador, Rodrigo Garcia, a realização da testagem massificada também deve levar em conta algumas regiões chave do estado e faixas etárias específicas da população.
 
"São Paulo beira 46 milhões de habitantes, em alguns setores [da sociedade] você vai ter que fazer exames mais de uma vez. Então não tem sentido você fazer exames pra 46 milhões e nem é possível. Nós não conseguimos, e ninguém consegue, então é por amostragem", disse o médico David Uip, coordenador do centro de contingência.
 
Inquérito epidemiológico
Os testes em massa para parcelas da população são aplicados dentro de um modelo de inquérito epidemiológico, ou seja, de investigação de epidemias. O objetivo da testagem em massa é identificar em que ponto da curva epidemiológica o estado de São Paulo se encontra usando não apenas os casos confirmados da doença, mas também uma estimativa de quantas pessoas que já tiveram contato com o vírus e foram imunizadas.
 
"É por amostragem: são modelos epidemiológicos clássicos, o centro de contingência está fazendo os estudos, primeiro de quais os melhores modelos e segundo qual o melhor teste. Em inquérito epidemiológico, isso é balanceado, mas é por amostragem e são modelos já conhecidos. São inquéritos soroepidemiológicos e amostragens populacionais", destacou Uip.
 
"É claro que sempre um dos grupos envolvidos sempre serão os profissionais da saúde, mas são modelos que nós vamos estar oferecendo rapidamente como sugestão à secretaria de como deve ser feito isso", disse David Uip.
 
Segundo o secretário da Saúde, José Henrique Germann, o centro de contingência ainda está avaliando qual política deve ser adotada com relação às testagens. "Isso já foi colocado, eles estão trabalhando nesse sentido. É a partir daí que se gera uma política pública, no sentido de como vamos fazer no quesito testagens em massa, se não em massa, como ela será feita, e dentro de como ela será feita e que tipo de exames serão usados", disse Germann.
 
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, afirmou nesta segunda-feira (20) que o governo paulista deve começar a fazer os testes em massa até dia 15 de maio.
 
“O teste vai ser feito de acordo com as estatísticas e estratégias que o Instituto Butantan tem. O que significa isso? Você vai testar uma amostragem da população e, através dessa amostragem, é que você identifica o percentual da população já adquiriu o vírus e, consequentemente, já pode se considerar imunizada”, afirmou o vice-governador.
 
Rodrigo Garcia disse que essa testagem rápida será feita a partir do momento que Instituto Butantan zerar a fila de exames represados para Covid-19. Nesta quarta (22), o Butantan anunciou que a fila estava zerada.
 
Recomendação do Ministério da Saúde
A testagem em massa dos paulistas vai atender a uma nova recomendação do Ministério da Saúde, publicada neste domingo (19), no último boletim epidemiológico do órgão.
 
Com a maior oferta de testes aos estados e municípios, o ministério recomenda que profissionais de saúde e segurança pública, idosos, portadores de condições de risco para complicações da Covid-19 e a população economicamente ativa também sejam progressivamente incluídos na rotina de testagem.
 
O Ministério da Saúde já distribuiu 2 milhões de testes rápidos e mais 7 milhões serão distribuídos até o fim de maio em todo o país, segundo o órgão. Só em São Paulo, serão necessários 5 milhões de testes, que serão adquiridos pelo governo paulista.
 
“Nós temos os primeiros lotes de 250 mil, que são os testes que nós vamos adotar. Agora partiremos para aquisição em busca de doações. Serão necessários cerca de 5 milhões desses testes. Eles são importantes para que a gente consiga conhecer o andamento da epidemia no estado, não apenas pelos casos que estão sendo confirmados, mas principalmente pelo volume de pessoas que já tiveram contato com o vírus e já foram contaminadas. A partir desses números você consegue enxergar quando a epidemia deve começar a cair no estado de São Paulo”, afirmou Rodrigo Garcia.
 
Informações: G1 São Paulo.
Foto: Ely Venancio/Reprodução EPTV.

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