EX-PREFEITO É CONDENADO POR DESVIAR REMÉDIOS EM BARIRI

01/06/2016 - 07:45

 O ex-prefeito de Bariri Benedito Senafonde Mazotti, o Dito Mazotti (PSDB), foi condenado em primeira instância a mais de dez anos de prisão em regime inicial fechado e pagamento de multa pelo suposto desvio de medicamentos da rede pública, entre os anos de 2005 e 2009, em benefício de vereador da cidade. Na sentença, a Justiça permite que ele recorra em liberdade.

 
Segundo os autos, as irregularidades tiveram início quando Mazotti era diretor de Saúde de Bariri e continuaram depois que ele se afastou da função para concorrer ao cargo de prefeito e nos dois primeiros meses como chefe do Executivo. Investigações apontaram que ele entregava ao vereador medicamentos que deveriam ser distribuídos a pacientes da rede pública para que fossem destinados a potenciais eleitores.
 
Em fevereiro de 2009, conforme divulgado pelo JC, Polícia Civil apreendeu na garagem da oficina mecânica pertencente ao irmão do parlamentar várias cartelas de comprimidos e cerca de 60 caixas de medicamentos diversos, grampeados com receituários em nome de diferentes pessoas. De acordo com o Ministério Público (MP), todos eles foram desviados do Soma 1 (unidade de saúde) por determinação de Mazotti.
 
Os desvios foram confirmados por provas documentais e depoimentos de testemunhas. Segundo os relatos, o vereador deixava receitas com o então diretor de Saúde, que ordenava que os medicamentos fossem colocados em sacolas com a identificação “C”, em alusão à inicial do nome do parlamentar, para posterior retirada por ele. Ambulâncias também teriam sido usadas no transporte dos remédios até a oficina.
 
Em seu depoimento, Mazotti negou as irregularidades e disse que as denúncias faziam parte de um complô arquitetado pelo MP para tentar incriminá-lo. Ele alegou que a identificação “C” em algumas receitas referia-se a medicamentos que precisavam ser comprados por não constarem no estoque do Soma 1 e argumentou que todos os vereadores retiravam remédios na rede pública para uso próprio ou de familiares.
 
Condenação
 
Na sentença, a juíza Taiana Horta de Pádua Prado pontuou que, enquanto diretor de Saúde, Mazotti praticou o peculato desvio e, enquanto prefeito, crime de responsabilidade. Como agravantes, ela citou a continuidade delitiva e a coação a testemunhas. A pena total foi de dez anos, 4 meses e 12 dias de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 50 dias-multa. Ele também teve os direitos políticos suspensos por cinco anos.
 
‘Pequena quantidade’
 
Em comunicado no Facebook, Dito Mazotti disse que exerceu o cargo de prefeito “com muita honra e dignidade” e que a sentença se refere à apreensão de “pequena quantidade de medicamentos”. “Vale lembrar que não houve roubo, desvio, vantagem, ou qualquer outra conduta dolosa de nossa parte. Simplesmente, os remédios eram para ser entregues às pessoas que deles precisavam”, diz. Procurado pela reportagem, o ex-prefeito, que é pré-candidato a vice nas próximas eleições, informou apenas que irá recorrer.
 
jcnet

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