FAZENDA DE AMIGO DE TEMER É INVADIDA

25/07/2017 - 10:39

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra invadiram a Fazenda Esmeralda, entre Duartina e Lucianópolis, na manhã de hoje (24).

De acordo com o MST, 800 integrantes do movimento participam da ocupação. A Polícia Militar divulgou um número menor, de 500 pessoas.

Em nota, o MST afirma que a invasão é um protesto contra o presidente Michel Temer e a favor do combate à corrupção.
As terras pertencem a empresa Argeplan, de arquitetura e engenharia, que tem como um dos sócios João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, que já foi assessor do presidente Michel Temer, de quem é amigo pessoal.
 
Lima já foi citado nas delações da JBS, segundo a reportagem do Jornal Nacional. No entanto, manifestantes afirmam que a fazenda, que tem cerca de 1,5 mil hectares, pertenceria ao próprio presidente.
 
Esta é a segunda vez que o movimento, que reivindica a reforma agrária, ocupa a Fazenda Esmeralda. Na primeira, o MST alega que encontrou cartas endereçadas a Temer e materiais de sua campanha para deputado federal de 2006.
 
Na invasão promovida pelo Movimento Social Sem Limites, que faz parte da União Nacional Camponesa, em 22 de maio, a Assessoria da Presidência da República negou que o presidente Michel Temer seja dono de qualquer propriedade rural.
 
Outras invasões
 
Em maio de 2016, cerca de mil integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) ocuparam a fazenda por quase uma semana, entre os dias 9 e 15.
 
Na época, segundo o movimento, o objetivo da ocupação era "denunciar as conspirações golpistas de Temer, muitas vezes articuladas de dentro da propriedade".
 
Ainda de acordo com o MST, os manifestantes denunciavam também o cultivo de eucalipto na propriedade e as condições de trabalho que seriam análogas à escravidão. O grupo também queria colocar em pauta a reforma agrária em todo país.
 
O Incra informou que inexiste o processo administrativo de desapropriação ou fiscalização cadastral tendo como objeto imóvel denominado Fazenda Esmeralda, localizado no município de Duartina.
 
O MPT de Bauru não confirmou a denúncia de trabalho escravo. Eles informaram que não foi feita fiscalização em Duartina em fazenda com plantação de eucalipto. Também não consta nada com o nome de Fazenda Esmeralda ou da empresa Argeplan.
 
Os integrantes desocuparam a fazenda pacificamente no dia 15 de maio. O pedido de reintegração seria executado no dia seguinte. A assessoria de imprensa do MST informou que não foram notificados da reintegração de posse.
 
Assim que o grupo deixou a propriedade, os funcionários da Fazenda começaram a levantar os prejuízos.
 
Danos
 
Segundo a polícia, pichações foram encontradas e alguns veículos foram danificados. Câmeras de segurança de um barracão foram arrancadas. As portas do escritório foram danificadas ao serem arrombadas.
 
Ainda de acordo com a polícia, cabeças de gado foram mortas e furtadas. O MST informou por nota que não houve nenhum tipo de depredação ou dano cometido na área. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.
 
Menos de 10 dias depois dos integrantes do MST deixarem a fazenda, cerca de 900 pessoas da Frente Nacional de Lutas ocuparam as terras. A invasão começou no dia 23 de maio e dois dias depois, os integrantes da FNL deixaram a fazenda, após a Justiça conceder a reintegração de posse aos proprietários.
 
A fazenda foi invadida novamente em 22 de agosto pelos integrantes da FNL. Cerca de 320 pessoas, segundo a FNL, invadiram o local com o objetivo de pressionar o Incra em relação a outras terras, que já estariam em processos de liberação para reforma agrária na região de Bauru. Eles deixaram o local dois dias depois, quando saiu a reintegração de posse.
 
Na época, o Incra informou que por causa das outras ocupações na Fazenda Esmeralda, o órgão está impedido de vistoriar, avaliar ou desapropriar este imóvel pelo período de dois anos a partir da data de sua desocupação.
 
G1 BAURU E MARÍLIA.

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