Laço Dourado

23/11/2017 - 11:36

Hoje (23) é o dia nacional de combate ao câncer infanto-juvenil. Paramos um pouco com o material do “Laço Azul” para enfatizar essa doença que também atinge as crianças e jovens.

O câncer é usado genericamente em grupo de doenças não contagiosas que ocorrem em qualquer tecido do organismo com característica principal da falência dos mecanismos que regulam o crescimento, a proliferação e morte celular. Devido a esse alto poder de agressividade, o câncer pode apresentar invasão regional ou à distância que determina as metástases.

Na faixa etária que compreende dos 0 aos 19 anos, as neoplasias mais frequentes incluem as leucemias, tumores de sistema nervoso central e linfomas. Segundo a Classificação Internacional do Câncer Infantil, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) de 1996, os diagnósticos são divididos em grupos:

 
Leucemias.
Linfomas e Neoplasias Reticuloendoteliais.
Neoplasias do Sistema Nervoso Central e Neoplasias Intracraniais e Intraespinhais Mistas.
Tumores do Sistema Nervoso Simpático.
Retinoblastoma.
Tumores Renais.
Tumores Hepáticos.
Tumores Ósseos Malignos.
Sarcomas de partes moles.
Neoplasias de células germinativas, trofoblásticas e gonadias.
Carcinomas e outras neoplasias epiteliais malignas.
Outras neoplasias malignas inespecíficas.
 
O diagnóstico do câncer no adulto possui os principais fatores exógenos que acontecem através de hábitos de vida, infecções e ambiente de trabalho. Na faixa etária pediátrica, não há um fator único responsável pelo mecanismo que produz essas células neoplásicas. Em alguns casos, ela pode ser atribuída a condições carcinogênicas como, por exemplo, o fator genético.
 
Assim como nos outros tipos de câncer, estudos comprovam que a grande arma para controlar e combater as neoplasias infantis são o diagnóstico precoce. As medidas realizadas na tentativa de se detectar um câncer o mais cedo possível confirmam a diminuição de taxas de morbimortalidade da patologia.
 
Como dito anteriormente, não há um exame complementar único capaz de diagnosticar um câncer infantil. A coordenadora da oncologia pediátrica do Hospital Amaral Carvalho, Claudia Teresa de Oliveira, explica que o câncer infanto-juvenil é uma doença rara no Brasil, atingindo 13 mil casos novos por ano. “A grande preocupação é que esse câncer é a segunda causa de morte de crianças de 5 a 19 anos, perdendo a causa de morte para os acidentes.”
 
A doutora ainda explica que os tratamentos no câncer infanto-juvenil não se diferem dos tratamentos em cânceres como da mama e da próstata, vistos anteriormente no “Laço Rosa” e no “Laço Azul”. “Depende muito do tipo de tumor. Alguns tem indicação de cirurgia, a imensa maioria dos tumores pediátricos faz a quimioterapia e algumas situações específicas também fazemos a radioterapia”, explica.
 
De acordo com ela, as crianças e os jovens tem um tratamento mais intensificado do que os adultos porque como eles estão em processo constante de crescimento, esses pacientes menores de idade suportam maiores doses dos tratamentos, seja ele de quimioterapia ou radioterapia.
 
SINAIS E SINTOMAS
 
“Eu tenho bastante preocupação como esse segmento será veiculado porque os primeiros sinais e sintomas são parecidos com as doenças comuns da infância. A dica que damos é que se o pai e a mãe observarem uma febre sem origem determinada e que fica persistente por duas ou três semanas, eles precisam investigar. Dor em algum osso, pelote ou calombo em algum osso que não tem trauma associado precisa ser investigado. Aumento de ínguas que são os linfonodos pelo corpo, aumento grande de dois a três centímetros, alteração de visão. Nos casos dos tumores de cérebro: convulsão, náuseas, vômitos e dores de cabeça muitos persistentes. Emagrecimento eventualmente sem causa definida. Os primeiros sintomas são bem comuns. Orientamos então, na presença desses sinais, procurar o pediatra que é o especialista para avaliar e entender se esses sintomas podem ser eventualmente um tumor pediátrico. Se for a situação, ele encaminha para o serviço responsável”, explica a doutora Claudia.
 
Texto: Bárbara Milani.
Foto: Coordenadora da oncologia pediátrica, Claudia Teresa de Oliveira (Foto: Divulgação do Hospital Amaral Carvalho).

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