Mais um dia de protestos contra o deputado e pastor evangélico Marco Feliciano

28/03/2013 - 09:13

A Câmara viveu ontem mais um dia de protestos, com agressões e a detenção de dois manifestantes contrários ao deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) – eleito no começo do mês presidente da Comissão de Direitos Humanos e acusado por movimentos sociais de ser homofóbico e racista. 


Um dos manifestantes foi detido por tentativa de invasão do gabinete do deputado e outro, por ordem do próprio Feliciano, por insultá-lo. 
"Aquele senhor de barba, chama a segurança, me chamou de racista. Racismo é crime. Eu quero que ele saia preso daqui", afirmou Feliciano, na direção do antropólogo Marcelo Reges Pereira, 35 anos, que acabou arrastado da sala por integrantes da Polícia Legislativa sob a acusação de chamá-lo de "racista". 


Alvo de protestos de movimentos sociais desde que foi eleito, Feliciano nega racismo e diz que defende causas comuns a evangélicos. 
Segunda-feira, Feliciano ignorou as pressões do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e resolveu não abrir mão da presidência da comissão. 


O antropólogo detido estava com outros 19 colegas que receberam senhas para poder participar da sessão. "Estão me prendendo porque sou negro, pobre e gay", gritou. 
Após ser levado ao Departamento de Polícia (Depol) da Câmara e prestar depoimento, foi liberado pelos agentes. 


Antes de acusar Feliciano de racismo, Pereira e manifestantes enfrentaram um grupo de evangélicos pró-Feliciano com gritos e cartazes. 
Como os gritos dos manifestantes continuaram, Feliciano suspendeu a sessão por alguns minutos, trocou a reunião de sala e impediu a presença do público. 


Irritados, outros integrantes dos movimentos sociais tentaram invadir o gabinete do deputado. Em mais uma confusão com policiais da Câmara, o servidor público Alysson Prata, 21 anos, do movimento "Não me representa DF" também foi detido para prestar esclarecimentos. 
Demonstrando marcas de hematomas no braço, Alysson passaria por exames do Instituto Médico Legal porque alegou ter sido agredido. 


A Polícia Legislativa vai tomar o depoimento do deputado para depois avaliar se abre um inquérito para o caso. Segundo o Diretor de Coordenação de Polícia Jurídica da Câmara, Geraldo Martins, a conduta dos agentes também será alvo de avaliação.

 

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