Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse ser muito clara a possibilidade de que o presidente João Goulart tenha sido assassinado em seu exílio na Argentina

19/03/2013 - 11:02

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse ontem ser muito clara a possibilidade de que o presidente João Goulart (1961-1964) tenha sido assassinado em seu exílio na Argentina, em 1976. 

Rosário fez a declaração em audiência da Comissão Nacional da Verdade em Porto Alegre e defendeu que o caso seja apurado "a fundo". 

Oficialmente, Goulart, deposto no golpe de 1964, morreu de ataque cardíaco. A família diz acreditar que ele tenha sido envenenado em uma ação conjunta de forças de vários países. Na década passada, um ex-agente uruguaio já havia declarado que testemunhou o suposto plano. 
"Há indícios que não podem ser desconhecidos da responsabilidade da Operação Condor (aliança entre ditaduras da América do Sul) com aquilo que não podemos fechar os olhos, que é a possibilidade muito clara de que o presidente João Goulart tenha sido assassinado", disse. 

Em entrevista à Folha de S. Paulo em 2008, o ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Barreiro disse ter espionado Jango por quatro anos no exílio e afirmou que participou de operação que teria como objetivo matá-lo. Ele não apresentou provas disso. 
Maria do Rosário disse que a necessidade de exumação dos restos mortais de João Goulart deve ser analisada. 

Ex-marido da presidente Dilma Rousseff, o ex-deputado estadual gaúcho Carlos Araújo defendeu ontem que a Comissão Nacional da Verdade investigue "empresários brasileiros" que tiveram relações com o regime militar. 

Araújo, 75 anos, foi preso político no Rio Grande do Sul e depôs à comissão em Porto Alegre. "Quando (a comissão) disse que deve apurar tudo, do torturador ao general, entendi que nisso estão também os empresários brasileiros, o núcleo da Fiesp", disse ele. 

Em São Paulo, comissão criada para investigar o regime já apura a suposta relação entre a Fiesp e a ditadura. Um livro que registra as entradas e as saídas de pessoas do Dops lista o nome de Geraldo Rezende de Matos, cujo cargo é identificado como "Fiesp".

 

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