Padre Beto, contratou advogados e protocolou terça-feira uma medida cautelar contra a Diocese de Bauru

31/07/2013 - 10:11

Impulsionado pelas declarações do papa Francisco sobre homossexuais, o padre Beto, excomungado em abril deste ano após declarações de apoio a gays, decidiu recorrer à Justiça para tentar anular sua exclusão da Igreja Católica. 


Roberto Francisco Daniel, 48 anos, conhecido como padre Beto, contratou advogados e protocolou terça-feira uma medida cautelar contra a Diocese de Bauru. Questiona a forma como foi expulso da igreja, num tribunal em que, segundo ele, compareceu sem saber do que se tratava e sem direito à defesa. 


Ele estudava a possibilidade de ir à Justiça desde a época do excomunhão, mas diz que a postura do papa Francisco o estimulou ainda mais. No final de sua visita ao Brasil, o papa fez a mais ousada declaração de um pontífice sobre o homossexualismo. "Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-la?", disse. 


A ação judicial tramita na 6ª Vara Cível de Bauru. O religioso alega que tratado assinado entre o Vaticano e o governo brasileiro determina que o sistema constitucional e as leis brasileiras sejam seguidos pela igreja. Beto afirma que, além de não ter tido direito de defesa, a decisão foi publicada no mesmo dia em que foi tomada, no site da diocese. 


"Fui tratado como um adolescente. Fui exposto publicamente", diz. "Essa ação judicial é também para que todo brasileiro entenda que nenhuma instituição pode fazer isso com uma pessoa". 


O ex-padre disse que acreditava que seu processo de excomunhão não estivesse encerrado e ainda teria de ser assinado pelo Vaticano. Ao estudar o caso, descobriu que a decisão da Diocese de Bauru é definitiva na igreja. Por isso resolveu tentar revertê-la na Justiça. 
"Não movo uma ação contra a Igreja Católica. Existe igreja e igreja. A ação é contra a diocese", ressalta. 


A Diocese de Bauru ainda não se manifestou sobre a ação judicial. 

 

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