POLÍCIA IDENTIFICA TRÊS POR LINCHAMENTO EM JAÚ

14/07/2016 - 10:59

 A Polícia Civil de Jaú, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), identificou três pessoas pelo linchamento de Luan Felipe de Oliveira Ribeiro, de 24 anos, no dia 1 de junho deste ano. Um adolescente de 17 anos e dois rapazes, de 21 e 22, foram acusados de cometer o crime. Este, por sua vez, se deu porque uma criança de 11 anos alegou ter sido estuprada pela vítima.

 
É o que revela o titular da DIG da cidade, Marcelo Tomaz Goes. Segundo ele, desde o dia seguinte ao crime, a delegacia que ele coordena deu início às investigações. No começo, o intuito era identificar Luan, que, na ocasião, não portava qualquer documento. Equipes da DIG e da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) - que passou a apurar a denúncia do estupro - encontraram um documento da vítima, cujo corpo também foi reconhecido pela família.
 
O exame necroscópico apontou que o rapaz morreu em decorrência de “traumatismo crânio encefálico, provocado pela ação de instrumentos contundentes” - no caso, muito provavelmente, os pedaços de madeira, os tijolos e as pedras, que foram encontrados ao lado do corpo de Luan. 
Diante disso, a polícia conseguiu chegar até quatro suspeitos, todos conhecidos por condutas delitivas. Ordens de buscas domiciliares e prisões temporárias foram deferidas pela 2.ª Vara Criminal de Jaú e cumpridas no último dia 29. Nesta data, T.S.S. - só as iniciais foram divulgadas -, de 21 anos, e C.R.F.R., de 22 , ficaram presos temporariamente. 
 
Confessou 
 
Dois adolescentes também foram conduzidos até a delegacia, mas apenas um foi acusado de ter participado do linchamento. J.R.S.N. - só as iniciais foram divulgadas, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) -, de 17 anos, confessou que atropelou a vítima com sua motocicleta.
 
O jovem disse à polícia que desferiu diversas pauladas na cabeça de Luan e chegou, inclusive, a quebrar o objeto de tanto bater na vítima. O objetivo, segundo ele, era matar o rapaz, por conta da acusação de estupro que ele havia sido alvo. O adolescente reconheceu, ainda, o pedaço de madeira, encontrado ao lado do corpo, como sendo o usado por ele durante as agressões.
 
O adolescente foi apresentado à Promotoria da Infância e Juventude para que esta tome as providências acerca de sua internação provisória. Porém, a medida não havia sido decretada pela Vara da Infância e Juventude até o fechamento desta edição. 
 
Outro acusado, de 21 anos, também confessou que agrediu a vítima, mas com socos e chutes, e seu objetivo era matá-la. Já o rapaz de 22, também apontado como autor do linchamento, negou sua participação e disse, ainda, que sequer estava no local do crime. Os dois estão presos na Cadeia de Barra Bonita.
 
E agora?
 
Agora, o objetivo é encontrar outros prováveis autores do homicídio qualificado, pelo uso de meio que impossibilitou a defesa da vítima. O crime prevê uma pena de 12 a 30 anos de reclusão. Quanto aos dois jovens que já estão presos, a Polícia Civil está representando pelas suas prisões preventivas.
 
O linchamento
 
 Conforme o JC já noticiou, uma promessa de oferecer um refrigerante a uma criança de 11 anos, seguida de abusos sexuais, foram fortes indícios do motivo do linchamento de Luan, na noite do dia 1 de junho deste ano, no bairro Jardim Padre Augusto Sani, um núcleo habitacional de baixa renda, conhecido pela forte atuação do tráfico de drogas.
 
O rapaz, que era ex-presidiário, foi acusado pelo estupro e morto por populares. Ele foi atingido com pedaços de madeira, com pedras, com tijolos e com granito. O linchamento aconteceu em um momento tenso no País. Um estupro coletivo, no Rio de Janeiro, comoveu os brasileiros e movimentou as redes sociais.
 
JCNET

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