SP VAI TER RODÍZIO DE CARROS MAIS RESTRITIVO

07/05/2020 - 11:35

A Prefeitura de São Paulo vai limitar a circulação de carros na cidade por meio de um esquema de um rodízio mais restritivo. A medida foi anunciada na manhã de hoje (07/05) pelo prefeito Bruno Covas. "Momentos extremos exigem medidas extremas", afirmou Covas.

A partir de segunda-feira (11/05), carros com placas de final par só poderão rodar em dias pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida vale para toda a cidade, não apenas o centro expandido, durante 24 horas, inclusive sábados e domingos.
 
"Essa é uma medida necessária para a gente evite ter que decretar o lockdown na cidade de São Paulo, completou o prefeito.
 
Resumo da medida:
rodízio de carros passa a valer nesta segunda (11) para toda a cidade e não apenas para o centro expandido
carros com placa final par só poderão circular nos dias pares (0, 2, 4 e 8)
carros com placa final ímpar poderão circular nos dias ímpares (1, 3, 5, 7 e 9)
medida vale para o dia todo e inclui sábados e domingos.
 
O número de mortes pelo coronavírus continua aumentando e chegou a 1.910 na capital, com 23.187 casos. A taxa de isolamento social na cidade, única forma de prevenção contra a doença, por outro lado, continua em queda, com 48% de adesão, segundo último índice divulgado.
 
O número é considera abaixo da média mínima desejada para conter o avanço da pandemia e possibilitar medidas futuras de relaxamento da quarentena. Por conta da ampliação do rodízio, a Prefeitura irá ampliar a frota de ônibus na cidade.
 
"A partir de segunda-feira (11/05), teremos mil ônibus acrescentados na rede municipal de transporte e mais 600 que ficarão nos bolsões, para caso a SPtrans observe a necessidade, eles sejam incrementados", afirmou o prefeito.
 
Ações educativas
Na noite de terça (05/05), o prefeito Bruno Covas suspendeu as interdições no trânsito. A medida foi usada por dois dias como tentativa para elevar o índice de isolamento social na capital paulista.
 
Após reclamações de profissionais dos serviços essenciais e elevação do trânsito na cidade, a gestão municipal decidiu manter apenas as intervenções pedagógicas com enfoque na prevenção da Covid-19.
 
Segundo CET, nesta quinta-feira (07/05), as ações ocorreram nas Avenidas Vital Brasil com Avenida Corifeu de Azevedo Marques; na Zona Oeste, e nas Avenidas Edgar Facó, esquina com Avenida Paula Ferreira, na Zona Norte.
 
Os bloqueios parciais começam a partir das 7h e ocorrem até as 9h. Nesses pontos, agentes de saúde fazem exibições de mensagens aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença.
 
Fim dos bloqueios
A suspensão aconteceu após muita reclamação de funcionários da saúde, que foram barrados nesses bloqueios criados pela administração municipal. O episódio gerou a abertura de um inquérito civil público por parte do Ministério Público do estado de São Paulo para apurar a medida aditada pela gestão municipal. O prefeito avaliou que eles não tiveram o efeito desejado, que era de elevar a adesão dos paulistanos ao isolamento social na cidade.
 
Profissionais da saúde
O bloqueio em ruas e avenidas da capital paulista começou na segunda-feira (04/05), mas nesta terça-feira (05/05) a Prefeitura de São Paulo ampliou o número de interdições de quatro para oito em grandes avenidas das Zonas Leste, Norte, Oeste e Sul.
 
O período de bloqueio também foi ampliado e passou a ser operacionalizado entre às 6h e 10h, gerando congestionamentos na cidade. O maior congestionamento registrado nesta terça-feira (05/05) na capital paulista foi 3,5 km na Radial Leste.
 
Profissionais de saúde ficaram barrados em alguns desses bloqueios criados pela Prefeitura de São Paulo para tentar melhorar o índice de isolamento na capital. O analista de faturamento de um hospital da capital paulista, André Silva, foi um dos profissionais que ficou preso no trânsito e se atrasou para o trabalho.
 
“Teria que estar no hospital às 7 horas, são 9 horas e não cheguei na metade do caminho. É triste, né?", disse ele.
 
Por causa de situações como essa, o Ministério Público do estado de São Paulo abriu um inquérito civil público para apurar a medida aditada pela gestão municipal.
 
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) terá que explicar ao MP quais são os estudos que embasaram a adoção da medida. A Prefeitura disse que prestará todos os esclarecimentos solicitados.
 
Movimento nas ruas
O isolamento no estado de São Paulo caiu na segunda-feira (04/05) e chegou a 47%, segundo dados divulgados pelo governo do estado. Nesta terça-feira (5) o movimento era grande nas ruas.
 
Dezenas de pessoas formaram uma fila na porta da Agência da Caixa econômica do Largo 13 de maio, na Zona Sul de São Paulo. Na hora do almoço muitas pessoas se aglomeraram em frente a Galeria Pagé, na região central da capital paulista, à tarde a Guarda Civil Metropolitana foi ao local e mandou fechar os comércios que estavam abertos.
 
No centro, era possível ver muitos vendedores na rua Barão de Duprat, a subprefeitura da Sé informou que fez uma fiscalização na região e que quatro lojas foram interditadas e multadas em cerca de R$ 9 mil.
 
No parque Dom Pedro o comércio clandestino de cigarros estava funcionando normalmente. Alguns bares do Brás permaneceram abertos e, apesar da proibição de se consumir no balcão, muitas pessoas estavam comendo e bebendo do lado de fora, também havia aglomeração na Praça da Sé.
 
A Prefeitura disse que fiscaliza e já fechou 299 estabelecimentos não essenciais que furaram a quarentena, 115 só na região da Sé, 34 em Aricanduva, 23 em santo amaro e 14 na Lapa.
 
Informações: G1 São Paulo.

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