CCJ RECOMENDA PLENÁRIO A REJEITAR DENÚNCIA CONTRA TEMER

13/07/2017 - 19:13

Após rejeitar o relatório do deputado Sergio Zveiter, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou hoje (13) um novo parecer, de Paulo Abi-Ackel, recomendando a rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer.

O relatório de Abi-Ackel, aprovado 41 votos a 24, será submetido ao plenário da Câmara, a quem acabe a palavra final sobre autorizar ou não o STF a analisar a denúncia contra o presidente.

Com a rejeição do parecer de Zveiter, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco, designou Abi-Ackel como novo relator, responsável por elaborar documento alternativo com a recomendação de que a denúncia contra Temer não tenha prosseguimento no Supremo Tribunal Federal.
 
O novo parecer
 
Entre os argumentos apresentados à CCJ, o novo relator afirma que as acusações contra Temer foram resultado de ação "suspeitíssima" do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
 
Abi-Ackel afirmou, também disse que a denúncia "peca por omissão", ao argumentar que a suposta conduta criminosa deveria ter sido descrita objetivamente.
 
"Inexistindo na denúncia sequer a tentativa de demonstrar o nexo causal entre o presidente da República e o ilícito que menciona, torna-se impossível instaurar contra ele a ação penal", disse, na denúncia.

A denúncia da PGR
 
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção passiva.
 
Além da condenação, Janot pediu a perda do mandato de Temer, "principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade".
 
Esta é a primeira vez que um presidente da República é denunciado ao STF no exercício do mandato.
 
Por se tratar do presidente da República, a denúncia só terá continuidade no Supremo Tribunal Federal se tiver autorização da Câmara.
 
Segundo a defesa, Temer não cometeu crime a acusação do Ministério Público é baseada em suposições. Além disso, o próprio presidente já afirmou avaliar a denúncia da PGR como uma "injustiça que se faz com o Brasil".
 
Plenário
 
O parecer aprovado na comissão nesta quinta será incluído na pauta de votações do plenário na sessão seguinte ao recebimento pela Mesa Diretora.
 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fará uma reunião com os líderes partidários para definir o dia da votação. Após discussão em plenário, a denúncia será submetida a votação nominal, pelo processo de chamada dos deputados.
 
O regimento define que a chamada dos nomes deve ser feita alternadamente, dos estados da região Norte para os da região Sul e vice-versa.
 
Os nomes serão enunciados, em voz alta, por um dos secretários da Casa. Os deputados levantarão de suas cadeiras e responderão ‘sim’ ou ‘não’, no mesmo formato da votação do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
 
Aprovação da denúncia no plenário
 
O parecer será aprovado se tiver o apoio de pelo menos dois terços do total de 513 deputados, ou seja, 342 votos. Se isso acontecer, será autorizada a instauração do processo no Poder Judiciário.
 
No passo seguinte, os 11 ministros do STF analisarão a denúncia e, se a aceitarem, Temer se tornará réu e será afastado do mandato por até 180 dias.
 
O presidente só perderá o cargo definitivamente se for condenado pelo Supremo.
 
Durante o período de afastamento, assumirá o comando do país o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
 
Se Temer for condenado pelo STF, Rodrigo Maia, à frente da Presidência da República, terá de convocar eleições indiretas no prazo de um mês.
 
Segundo a Constituição, o novo presidente da República seria escolhido pelo voto de deputados e senadores.
 
Rejeição da denúncia no plenário
 
No caso de rejeição da denúncia pelo plenário da Câmara, o Supremo ficará impedido de dar andamento à ação, que será suspensa, não arquivada.
 
O processo poderá ser retomado somente após o fim do mandato do presidente.
 
G1 POLÍTICA.

 

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