'ERA UMA VEZ', DE KELL SMITH, VIROU HIT DE RÁDIO E YOUTUBE COM MENSAGEM POSITIVA E LETRA LEVE

19/12/2017 - 09:30

Kell Smith, cantora paulista de 24 anos, viu sua balada "Era Uma Vez" ficar entre as mais tocadas em rádios neste ano.
 
De novo, foi fácil notar a força de uma nova MPB com letras simples, que parecem retiradas de um power point de mãe com frases motivacionais e fotos de gatinhos e bebês sorrindo.
 
"É uma música que o apelo está muito mais na mensagem do que em qualquer outra coisa. O que eu uso harmonicamente e melodicamente é consequência da mensagem que eu quero passar", explica Kell ao G1 (veja no vídeo acima).
 
"Passamos por um momento onde estamos nos lembrando mais da essência, porque o mundo está feio deste jeito", arrisca Kell, ao tentar explicar o sucesso.
 
Com versos como "Delicioso gosto e o bom gosto das nuvens / Serem feitas de algodão", ela coleciona bons números:
 
O clipe tem mais de 70 milhões de visualizações no YouTube
Nas rádios, chegou ao 1º lugar em SP, 2º no Rio e no top 40 em todo o Brasil, segundo a Crownley, empresa de monitoramento
 
Ela diz ter "sacado a dimensão" do sucesso quando ouviu pela primeira vez no rádio, quando estava no carro. "Aí foi surreal. Que artista não quer ser um artista que toca no rádio? Me marcou muito a intenção deste momento", lembra.
 
Mas será que ela vê semelhanças entre "Era uma vez" e "Trem Bala", de Ana Vilela? "Ana é minha amiga, sou até suspeita para falar. O que as duas músicas têm de semelhante é a sacada de dizer coisas simples. Tem uma positividade da mensagem, a leveza da letra", compara.
 
Saudade da infância
Kell escreveu parte da letra em casa e outra parte no trânsito. "Foi uma composição muito despretensiosa. E eu acredito que seja assim mesmo que surja uma grande música".
 
"Veio da simplicidade de uma conversa na sala a respeito de saudade. As pessoas diziam sentir saudade sempre de algo ligado à infância, então não teve muito para onde fugir".
 
"Depois apresentei a música para o Rick e a gente criou em cima da essência dela". O Rick que ela fala é Rick Bonadio, produtor que já foi do rock (Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr.) ao pop (Rouge, Dogão). Veja abaixo entrevista com Rick sobre Kell.
 
Passado gospel
Kell diz que sempre foi "cercada de muita música boa". "Minha mãe é cantora, meus pais são missionários. Então, a música gospel sempre foi muito presente na minha vida", recorda.
 
Aos 12 anos, ganhou um disco de Elis Regina, "Falso Brilhante". "Abriu meu apetite musical". A partir daí, passou a cantar em corais de igreja.
 
"Eu não vou dizer que eu comecei no gospel, porque eu não me via cantora na igreja. O cantar era um cantar coletivo, ainda não existia essa arte na minha vida. Eu cantava para me aproximar de Deus".
 
Tão ligada à igreja, é possível dizer que as músicas sempre terão mensagens positivas, sem chance de algo mais atrevido, ou até com palavrões?
 
"Eu aprendi um cristianismo de um novo testamento que fala muito mais sobre o amor e aceitação do próximo e como fazer o bem às pessoas", responde Kell.
 
"Então, eu não fico presa dentro de dogmas. Eu tenho responsabilidade com o que eu falo. A educação cristã me ensinou, meus pais me ensinaram que eu tenho responsabilidade com o que sai da minha boca".
 
Fonte: G1 

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