31 INTERNOS DA FUNDAÇÃO CASA SÃO DE JAÚ

05/02/2018 - 10:01

 A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa) abriga 31 menores com residência em Jaú, de acordo com dados do Núcleo de Produção de Informações Estratégicas (Nuprie) da instituição. Em 2015, eram 19 adolescentes.

A Fundação Casa, conhecida anteriormente como Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem) é uma instituição que tem como objetivo executar medidas socioeducativas aos adolescentes acusados de autoria de atos infracionais ocorridos antes do mesmo atingir a maioridade.
 
Segundo a estatística, são três apreendidos entre 12 e 14 anos. Já na faixa dos 15 aos 17 anos, são 18 adolescentes residentes na Fundação. Entre os jovens com idade igual ou superior a 18 anos, são 10 internados. Os acusados podem cumprir pena de reclusão até os 21 anos de idade na instituição.
 
As principais infrações registradas com os menores de idade são relacionadas ao tráfico de drogas, furtos e roubos. Na semana passada, por exemplo, três adolescentes foram apreendidos suspeitos de furtar sítio em área rural de Jaú. 
 
O delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Jaú, Marcelo Tomaz Goes, avalia que os jovens entram cada vez mais cedo no tráfico.
 
“É pela facilidade, pelo dinheiro fácil, pelo consumo da substância. E para sustentar a dependência, eles se envolvem com a venda, com a guarda de drogas, ou até mesmo se associam a maiores de idade.”
 
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, foram 81 adolescentes apreendidos em flagrante ao longo de todo o ano de 2017 em Jaú. O número é igual ao registrado em 2016. Já o número de apreensões por mandado caiu de 23 para 16 no último ano.
 
“Há uma valorização da questão do ter e desvalorização das questões éticas, humanas e humanitárias. O jovem educado dentro desses valores invertidos fica mais vulnerável a achar que o caminho para a vida é esse”, avalia a socióloga e professora universitária Grasiela Lima.
 
Políticas públicas
 
Aspecto visto como necessário pela socióloga é com relação ao trabalho com as famílias dos internos da Fundação Casa. “Não adianta ter um trabalho exemplar dentro da fundação se, quando ele volta para a família não tem o aporte de políticas públicas ligadas ao acompanhamento e efetiva reinserção social desse jovem”, afirma.
 
Goes ressalta que é preciso dar continuidade ao trabalho de reeducação do adolescente. “Isso vai ser feito em casa, depende da base familiar.”
 
A socióloga avalia que os projetos de assistência às famílias servem de suporte ao adolescente e o ajudam a seguir em frente sem voltar a cometer atos infracionais. No entanto, é preciso que existam projetos na área da educação, formação profissional, esporte e cultura voltadaos principalmente para crianças e jovens.
 
COMÉRCIO DO JAHU

Clique aqui para ver outras notícias!