Laço Azul

21/11/2017 - 10:50

Na segunda matéria da série “Laço Azul”, vamos retratar sobre os tratamentos do câncer de próstata. Cada método depende do quanto a doença está avançada e se há metástase ou não. Tudo depende da agressividade do câncer que é medida pela escala “Gleason” e do valor do PSA no sangue.

O importante do tratamento é que ele serve para tumores iniciais e localizados. Falando sobre prevenção do câncer de próstata, existem várias maneiras de tratar a doença sendo uma delas a cirurgia e a radioterapia. “Usamos a radioterapia para indivíduos que tem riscos clínicos se for submetido a uma cirurgia, por exemplo, problemas cardíacos, diabetes, etc... Esse indivíduo faz uma avaliação pré-anestésica e é feito uma classificação e o que acontece é que o indivíduo de alto risco de complicações é encaminhado para radioterapia”, explica o urologista doutor Renato Prado Costa.

O doutor explica que antigamente os médicos estavam acostumados a encontrarem tumores em estado avançado. “O tratamento era fazer uma incisão abaixo do umbigo para poder retirar a próstata e também porque não tínhamos o PSA, retirar os gânglios porque não sabíamos se eles estavam envolvidos ou não.”

De acordo com o doutor, 94% são tumores de baixo risco a intermediário. Por isso, pode-se fazer uma cirurgia mais cosmética com a incisão fanestil que é um método que demora em torno de duas horas e meia/três horas. “Se examinamos a próstata fazendo exame letal, é porque a próstata está perto do reto... Se ela está aqui, por que vou entrar nesse local que tem osso, bexiga, intestino? Então é mais fácil. Como o PSA, em 96% não tem gânglio comprometido e não precisa abordá-lo. Faz uma incisão na região perianal, rebate o reto e tira a próstata em 40 minutos.”
 
Sabemos também que há o método laparoscópico que todos conhecem que é a cirurgia que faz aqueles “furinhos” para tirar vesícula ou cirurgia bariátrica. “O objetivo é retirar a próstata quer seja o método. Nós tentamos fazer a menos agressiva e nenhuma técnica cura mais do que a outra. A cirurgia laparoscopia e robótica oferece um pós-operatório muito confortável. Comparada a perianal, não tem diferença”, explica o urologista.
 
Na maioria das vezes, as cirurgias (não só do câncer) causam complicações. No homem, segundo o urologista, as complicações são relacionadas a incontinência urinária e a disfunção erétil. “A incontinência urinária nós tiramos a próstata e costuramos o colo vesical na uretra. Logo que você opera, o paciente fica uns 12 dias com a sonda. Quando você retira, 40% dos pacientes bem operados ficam continentes imediatamente. 60% necessitaram de fraldas temporariamente, até que os pontos internos sejam absorvidos e esse músculo possa voltar a fazer sua função”, completa.
 
De acordo com o urologista, os pacientes que tiverem a preservação das bandas bilaterais terão chances de 60% a 70% de recuperar a função erétil. “O tratamento é a base de drogas que existem no mercado para o indivíduo fazer utilização por demanda, então o paciente tomará medicamento antes de namorar.”
 
Nos primeiros 6 a 12 meses, a cirurgia consegue ofertar em torno de 70% de recuperação. “Se o indivíduo não vier a se recuperar existem alternativas como administração de medicamentos que induzem o pênis a ereção. Se com os medicamentos não funcionar também, você coloca uma prótese que é uma cirurgia que faz incisão de 3 centímetros na haste peniana e demora em torno de 20 minutos. É anestesia local e o paciente vai embora na hora.”
 
Para finalizar, o urologista afirma que a libido não é afetada pela cirurgia que é o desejo cerebral do indivíduo. “Esses indivíduos podem retomar, depois de duas a três semanas, suas atividades profissionais sem qualquer restrição.”
 
Texto: Bárbara Milani.
Foto: Urologista doutor Renato Prado Costa (Divulgação da comunicação do Hospital Amaral Carvalho).

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