COMERCIANTE E POLICIAIS FICAM FERIDOS APÓS DISCUSSÃO EM LENÇÓIS PAULISTA

14/12/2016 - 10:27

Um comerciante de 47 anos e 3 policiais militares ficaram feridos em confusão registrada no início da madrugada do último domingo em um bar em Lençóis Paulista. O homem alega que foi agredido pelos policiais e que usou um porrete de madeira para se defender. Já os PMs dizem que foram atacados pelo comerciante e usaram tonfa e gás pimenta para contê-lo. O caso é apurado pela Polícia Civil e pelo comando da Polícia Militar.

 
Segundo o registro policial, dois policiais militares em Atividade Delegada fiscalizavam o alvará de funcionamento de bares da cidade em apoio ao Ministério Público quando, por volta da 0h25m, foram até o estabelecimento de Silvino Marques dos Reis, localizado na avenida 25 de Janeiro, Centro, próximo ao Terminal Rodoviário.
 
O comerciante alega que o fato ocorreu por volta da 0h10m. De acordo com ele, um dos policiais que atuava na operação foi afastado de suas funções há algum tempo após denúncia de irregularidade feita por ele e retornou recentemente ao serviço, passando a lhe perseguir. "Ele não perdeu a farda, mas ficou bastante tempo suspenso", relata.
 
Reis diz que a dupla entrou no bar questionando sobre o horário e que ele tentou argumentar que estava esperando clientes consumirem as bebidas para fechar a porta. Após exigirem alvará de funcionamento, segundo ele, os policiais teriam jogado o quadro com o documento no balcão, quebrando o vidro, e passado a lhe autuar.
 
"Eu falei que ele tinha o direito de me autuar com dignidade, respeito e educação", afirma. Ainda de acordo com a versão dele, após a discussão, um dos PMs teria apontado a arma em sua direção, chutado a porta do balcão e partido na direção dele. "Ele me dava cassetada e eu defendia com um porrete que eu tenho", conta.
 
Ele alega que o segundo policial passou a lhe agredir com bancos de madeira e ele foi para o lado de fora do balcão. Foi quando, segundo o comerciante, chegaram outras equipes. "Eles começaram as agressões. Jogavam bancos em mim e eu me defendia", diz, "Um deles apontou a arma para mim e eu dei uma pancada no braço dele".
 
Reis revela que, mesmo algemado, levou chutes nas costelas e na cabeça e chegou a desmaiar. "Eu tive cinco costelas fraturadas e três fraturas no rosto", revela. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e levado à Unidade de Pronto Atendimento, de onde foi transferido para o Hospital de Base de Bauru.
 
"Quando eu cheguei no hospital, segundo o plantonista, eu tinha alguns minutos de vida porque já tinha aspirado muito sangue pelo nariz e já estava roxo", narra. De acordo com o comerciante, as imagens gravadas pelo circuito de segurança do bar "sumiram" enquanto ele estava no hospital. "Tudo o que eu tinha eram as imagens", lamenta. 
 
PORRETE
 
O coordenador operacional do 4.º Batalhão de Polícia Militar do Interior, major João da Costa Duarte, conta que Reis teria se exaltado ao receber a informação de que seria autuado, ameaçando os policiais e, em seguida, partido para cima deles com um porrete de madeira.
 
Foi solicitado apoio de outras equipes e, de acordo com o major, ao tentar se defender, um policial foi atingido nos dois braços, ficou com hematoma no braço esquerdo e fraturou a mão direita, um segundo foi atendido com escoriações na face e lesão na cabeça e ficou quatro horas em observação e um terceiro lesionou a perna direita.
 
"Os policiais conseguiram se aproximar e utilizaram gás pimenta, tonfa e força necessária para quebrar a resistência do indivíduo", conta. Duarte afirma que o suposto sumiço das gravações e eventual excesso dos policiais serão investigados. "A Polícia Militar vai apurar os fatos que ocorreram por meio de inquérito policial militar", diz.
 
A reportagem solicitou à PM fotos das lesões dos policiais, mas a divulgação não foi autorizada.
 
INQUÉRITO
 
O delegado assistente Renzo Santi Barbin informou que requisitou exame de corpo de delito para os envolvidos e que irá instaurar inquérito para apurar crimes de desacato, resistência, lesão corporal e eventual abuso de autoridade. O caso também chegou ao Ministério Público, que irá acompanhar as investigações por parte da polícia.
 
 
JCNET.

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